Palestra “Vivência em Audiodescrição” promove reflexão sobre acessibilidade comunicacional no Campus Cubatão
No dia 26 de maio de 2025, o auditório Professor Carlos Siegner do Campus Cubatão recebeu a palestra “Vivência em Audiodescrição”, com a jornalista Rosa Matsushita e promovida pelo Projeto de Extensão CACUIN, em parceria com o Núcleo de Apoio às Pessoas com Necessidades Educacionais Específicas (NAPNE) e o Projeto de Ensino RELEIN. Com objetivo de criar um espaço de diálogo, sensibilização e troca de experiências sobre acessibilidade comunicacional, a exposição contou com a presença do Diretor-Geral do campus, professor Artarxerxes Modesto, que realizou a abertura oficial da palestra. Estiveram presentes discentes, servidores e membros da comunidade escolar, que participaram ativamente das discussões, enriquecendo o debate com perguntas e observações.
Grupo de aproximadamente trinta pessoas posando para uma foto em ambiente interno, iluminado. Estão em pé, lado a lado, olhando para a câmera. Algumas pessoas fazem gestos com as mãos.
Rosa Matsushita, que além de ser jornalista, é audiodescritora, professora e legendista, compartilhou sua trajetória profissional e experiências práticas com audiodescrição. Durante sua fala, destacou a importância da audiodescrição como recurso fundamental para assegurar o direito de acesso à informação e à comunicação, conforme previsto na Lei Brasileira de Inclusão (Lei nº 13.146/2015). Ressaltou ainda seu papel na promoção da acessibilidade comunicacional e na efetivação da inclusão social, garantindo a participação plena em diferentes contextos sociais e culturais.
Quatro mulheres posam para a foto, estão em pé e lado a lado, em frente auma mesa coberta por toalha branca e uma tela de projeção.
Participaram também como professores convidados a professora Ana Elisa Sobral Caetano da Silva Ferreira e o professor Mauricio Neves Asenjo, ambos do IFSP Campus Cubatão, que contribuíram com reflexões complementares sobre os desafios e as possibilidades do uso da inteligência artificial na acessibilidade.
Contribuições dos docentes convidados
Na mesa “Vivência em Audiodescrição”, a professora Ana Elisa Sobral Caetano da Silva Ferreira (IFSP – Cubatão) discutiu os limites éticos do uso da inteligência artificial na acessibilidade comunicacional. A partir de sua formação em literatura e linguística, refletiu sobre os riscos de automatizar a linguagem e silenciar o gesto de subjetividade das comunidades discursivas relacionadas às minorias. Com base em autores como Dora Kaufman, Lucia Santaella, Miguel Nicolelis e Shoshana Zuboff, destacou que a IA não substitui a escuta, a sensibilidade nem a responsabilidade ética. Defendeu, assim, que a regulamentação do uso da IA é um tópico urgente que deve ser ancorada na pluralidade e nos direitos humanos universais.
Uma mulher de cabelos lisos escuros, está vestida com uma blusa preta, usa óculos de hastes pretas. Ela está sentada e segura um microfone. Ao fundo, uma tela de projeção exibe o cartaz da palestra "Vivência em Audiodescrição", com ilustração de perfil de uma pessoa usando fones de ouvido.
O professor Mauricio Neves Asenjo, por sua vez, abordou a perspectiva da tecnologia da informação, realizando um contraponto ao discutir o uso de inteligência artificial generativa para criação de audiodescrição. Ele compartilhou dois experimentos realizados previamente com a IA, utilizando comandos simples e sem treinamento específico: um com a imagem do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, e outro com a imagem de um cão. Os resultados foram avaliados como satisfatórios, embora com ressalvas quanto ao uso de adjetivos subjetivos, o que não é indicado nesse contexto. O professor ressaltou que, com treinamento adequado, as ferramentas de IA têm potencial para gerar audiodescrições de maior qualidade, como é esperado de qualquer sistema baseado em inteligência artificial.
Um homem de cabelos curtos grisalhos, usa óculos, está de pé e de perfil, segura um microfone com a mão direita e com a mão esquerda levantada. Ele está diante de uma parede branca, com um projetor à esquerda exibindo uma tela parcialmente visível.
A palestra “Vivência em Audiodescrição” reafirmou o compromisso do IFSP Cubatão com a promoção da inclusão e com o debate crítico sobre o uso de tecnologias na educação e na acessibilidade. A experiência vivida foi marcada por escuta, empatia e aprofundamento teórico, fortalecendo a construção de um espaço educacional mais plural e acessível.
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