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Semana da Consciência Negra e da Diversidade 2020

  • Publicado: Quinta, 12 de Novembro de 2020, 17h01
  • Última atualização em Quinta, 12 de Novembro de 2020, 17h36

 

O IFSP - Câmpus Itaquaquecetuba realizará a Semana da Consciência Negra e da Diversidade de 2020 nos dias 18 e 19 de novembro. Nesses dias, teremos atividades ao vivo nos três períodos, transmitidas por nosso canal no Youtube.

A participação é aberta a toda a comunidade. A participação será certificada. Faça sua inscrição neste formulário.

 

No sufoco!

O tema deste ano foi pensado a partir do texto "O direito universal à respiração", do filósofo camaronês Achille Mbembe, publicado em março, no "começo" da pandemia da Covid-19. O filósofo, na ocasião, já apontava que as desigualdades no mundo poderiam ser agravadas durante a pandemia, pois devido à desigualdade de recursos as populações são afetadas desigualmente; assim, aqueles que historicamente foram vulnerabilizados estariam mais ainda vulneráveis a um virus que se transmite, em alguma medida, pela respiração. 

Já em maio, tivemos o brutal assassinato de George Floyd, nos EUA, por asfixia: sua respiração foi violentamente interrompida. "Não consigo respirar", disse em sua última frase. Uma mórbida "coincidência", como apontou o filósofo brasileiro Sílvio Almeida, que nos EUA, assim como no Brasil, negros sejam mortos sem ar (sufocamento, estrangulamento, enforcamento). 

Vimos e vivemos, desde então, o aumento de justas e necessárias manifestações em favor das populações negras ao redor do mundo. A frase Black Lives Matter (Vidas Negras Importam), ou a sigla BLM ganharam muita força e não podem mais sair de nossas reflexões e nossas ações diante do mundo em que vivemos.

Os temas da diversidade não foram deixados de lado neste ano, como podemos ver na programação abaixo. De uma forma ou de outra, todas as atividades remetem à urgência de viver, de gritar, de falar e ser ouvido, de existir. E não somente de nós humanos!  Basta pensar nas criminosas e descontroladas queimadas em solo brasileiro, extinguindo o ar e a vida de tantos seres vivos. É disso que fala Mbembe:

É necessário entender a respiração além de aspectos puramente biológicos, mas sim como o que é comum a nós e que, por definição, escapa a todo cálculo. Ao fazer isso, estamos falando de um direito universal de respirar. Como aquilo que está acima do solo e em nosso solo comum, o direito universal de respirar não é quantificável. Não pode ser apropriado. É um direito em relação à universalidade não apenas de cada membro da espécie humana, mas da vida como um todo. Portanto, deve ser entendido como um direito fundamental à existência. (...) É também um direito originário de habitar a Terra, um direito específico da comunidade universal dos habitantes da Terra, humanos e outros.

Programação

Confira a programação abaixo. Clicando no link, vocês terão informações sobre as atividades e  as/os convidadas/os.

 

18/11

19/11
10h00

Abertura: Vídeo de retrospectiva e

bate-papo com egressas

Conhecendo a Surdocegueira
11h00

Questões negras no cinema latino-americano

Questões indígenas na atualidade
14h00

Miss Plus-Size:

representatividade importa!

Questões de gênero:

transitoriedade e transexualidade

15h00

O corpo como lugar da memória

Insubmissão ancestral, representatividade e

voz feminina negra

16h00

Dor e negritude da ponte pra cá:

a coisa ainda continua a mesma?

Assexualidade:

a invisibilidade da letra A

17h00

Entre a Mecânica e a Matemática:

Experiências da Vida

As múltiplas vozes do feminismo negro

na intersecção com a homoafetividade feminina

18h00

Sarau:

Raízes Afro-poéticas

Bate-papo:

Racismo estrutural e autoestima

19h00 Empreendedorismo negro

Intervenção teatral:

Grupo Grito

20h00 Intervenção musical

Intervenção cultural:

Vivências na Capoeira

 

 

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