Campus Jacareí do IFSP lança I Diagnóstico do Mercado Cultural do município

No próximo dia 10 de dezembro, às 18h30, o Campus Jacareí do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP) apresenta os resultados do I Diagnóstico do Mercado Cultural de Jacareí, trabalho desenvolvido ao longo de dois anos. Entre os resultados apontados estão a baixa profissionalização da classe artística e a falta de investimentos em cultura por parte do poder público. A participação é aberta a todos os interessados. O Campus Jacareí do IFSP fica na Rua Antônio Fogaça de Almeida, nº 200, Jardim América.

Coordenado pela professora Simone Lisboa e desenvolvido em parceria com a Fundação Cultural de Jacareí, o projeto mapeou a realidade do mercado cultural do município, considerando as perspectivas de gestores públicos e privados, artistas, produtores e consumidores de cultura.

Os resultados pretendem nortear a realização das políticas públicas e privadas de cultura para os próximos anos no município, de modo a transformar a cultura em um pilar fundamental para o desenvolvimento local. Importante ressaltar que trata-se de um documento para o gestor público de cultura, mas, antes disso, para a comunidade que se fortalece e encontra bases para o diálogo com o setor público.

O documento foi elaborado em três etapas: (1) na primeira, um questionário foi enviado a um mailing de artistas e produtores cadastrados na Fundação Cultural do município; (2) a segunda etapa constou de levantamento e análise de dados, do período de 2019 a 2023, do Programa de Ação Cultural de São Paulo (Proac), disponibilizados pela Fundação Cultural, e da Lei Aldir Blanc, e a (3) terceira e última etapa consistiu na realização de entrevistas em profundidade com produtores e gestores culturais, artistas das diversas áreas e territórios do município, além de consumidores e patrocinadores de cultura.

Os resultados oferecem um panorama do mercado cultural de Jacareí hoje, mostram as aflições da classe, suas perspectivas e práticas de trabalho. Dentre os diversos resultados destacamos:

• Pouca profissionalização da classe artística, que, em sua maioria, precisa ter outro trabalho para sobreviver. Esta realidade impacta o valor estético do trabalho e limita o crescimento do artista. Entendemos que essa pouca profissionalização se estende também aos gestores culturais públicos, que carecem de concurso e de formação na área.

• Forma de trabalho muito individualizada, sem muitos grupos com espaços físicos e estrutura de trabalho constante.; realidade que vai na contramão de uma organização cultural produtiva e com bons resultados. A realidade das MEIs merece ser olhada com muita cautela, pois individualiza o trabalho do artista que deveria ser coletivo.

• Baixos investimentos em cultura por parte do poder público. O valor do orçamento anual da Fundação Cultural é muito baixo em relação à receita do município. Embora, tenhamos notado o esforço por um aumento real por parte da última gestão, os valores ainda são insuficientes para formar público, artistas e uma cadeia produtiva da cultura, que estão muito aquém do que seria necessário e em relação ao PIB Municipal.

- Importância da Fundação Cultural para os artistas e para o município. Embora haja tantas dificuldades, os artistas e produtores entendem a importância da Fundação Cultural para a resistência do setor. Criada por um desejo e exigência da classe artística, a entidade demonstra disponibilidade para o diálogo, para entender as necessidades da classe artística e para influenciar de alguma maneira esse mercado.

O Campus Jacareí do IFSP convida artistas, gestores, produtores, espectadores e toda a sociedade a participarem do lançamento e a conhecerem mais sobre os achados deste trabalho. A entrada é aberta a todos. Mais informações podem ser obtidas junto ao Centro de Pesquisa e Inovação (CEPIN), pelos e-mails cepinjcr@gmail.com ou simone.lisboa@ifsp.edu.br

Acesse AQUI o resumo do I Diagnóstico Mercado Cultural de Jacareí.