Alunas do IFSP contam com a distribuição de absorventes higiênicos
Todos os câmpus do IFSP passam a disponibilizar o item, para promover a dignidade menstrual
A partir de agora, os câmpus do IFSP passarão a disponibilizar para as estudantes absorventes higiênicos descartáveis, como forma de reduzir o impacto de questões relacionadas à pobreza menstrual e promover a equidade de gênero no acesso à educação.
A aquisição dos absorventes pelo IFSP foi uma ação da Pró-Reitoria de Administração. Em março deste ano foi finalizado o procedimento licitatório para a aquisição, e a licitação foi realizada por meio do Sistema de Registro de Preços, que permite a efetiva aquisição de forma parcelada e descentralizada pelos câmpus. A licitação registrou preços para 268.800 pacotes com oito unidades de absorventes. O valor total da ação é de R$ 685.440, e os absorventes podem ser adquiridos durante o prazo de um ano.
As estudantes Crislane Camile dos Santos e Isadora Niz Pereira da Silva, co-presidentes do Grêmio Estudantil Cecília Meireles, do Câmpus Guarulhos, relembram que desde 2019 as alunas já se mobilizavam para que houvesse absorventes disponíveis no banheiro feminino. “Neste ano também pudemos acompanhar as discussões sobre dignidade menstrual, não só a partir dos meios de comunicação, mas também através de palestras realizadas aqui no Instituto. Então, ficamos muito felizes com a realização desse projeto, pois sabemos que é uma questão de saúde pública e também educação, e que ajuda inúmeras estudantes que possuem dificuldades financeiras para possuir esse produto de higiene”, comemoram.
Conforme explica a professora Tais Matheus da Silva, do Núcleo de Estudos sobre Gênero e Sexualidade (Nugs) do IFSP, a pobreza menstrual afeta a vida das pessoas que menstruam de muitas formas: não ter acesso a produtos de higiene, água e esgoto, além de acarretar prejuízos para a saúde, é indicativo de outras desigualdades que só fazem subalternizar ainda mais essas pessoas. “Tendo em vista a disparidade de gênero no IFSP, seja entre estudantes, seja entre servidores, a implantação de políticas que visem à permanência e à segurança das pessoas mais vulneráveis é de extrema importância para o combate à desigualdade e violência de gênero”, destaca.
O relatório “Pobreza Menstrual no Brasil: desigualdades e violações de direitos” conceitua pobreza menstrual como um fenômeno complexo vivenciado por meninas e mulheres devido à falta de acesso a recursos, infraestrutura e conhecimento para cuidar da sua menstruação. “Quando vivenciada desde a infância, a pobreza menstrual pode resultar ainda em sofrimentos emocionais que dificultam o desenvolvimento de uma mulher adulta com seus potenciais plenamente explorados”, aponta o documento. O relatório foi produzido pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), integrantes da ONU.
Confira íntegra do relatório “Pobreza Menstrual no Brasil: desigualdades e violações de direitos”
Conheça a atuação do Núcleo de Estudos sobre Gênero e Sexualidade do IFSP (Nugs)
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